Serviços ambientais favorecem a gestão de bacias hidrográficas

Os serviços ambientais são realizados diariamente por diversos agentes da natureza. Contudo, o conceito desses serviços, chamados também de ecossistêmicos, precisa ser mais difundido.

Para ampliar este conhecimento e capacitar estudantes, extensionistas e profissionais de diversos setores da sociedade, foi realizado o I seminário “Serviços Ambientais: Gestão de Bacias Hidrográficas”. O evento compôs a programação da 12ª Semana de Integração Tecnológica e aconteceu em 23 de maio, na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas-MG.

A pesquisadora Mônica Matoso Campanha, da Embrapa Milho e Sorgo, ressalta que todos os benefícios que as pessoas obtêm da natureza, direta ou indiretamente, são considerados serviços ambientais. “A natureza trabalha, presta serviços para a manutenção da vida e de seus processos, como a produção de oxigênio pela fotossíntese. São também serviços ambientais a manutenção da qualidade e da quantidade de água, o fornecimento de madeira, fibras e alimentos, a mitigação da erosão e de inundações, a polinização, a beleza cênica da paisagem, espaços para atividades e recreação”, enumerou Campanha.

Os serviços ambientais também podem ser considerados como benefícios ambientais, resultantes de intervenções intencionais da sociedade na dinâmica dos ecossistemas, como os serviços que resultam do manejo conservacionista do solo, da água e da restauração florestal. Estas intervenções podem favorecer a manutenção, a recuperação ou a melhoria dos serviços ecossistêmicos.

No seminário, Campanha ressaltou que as atividades humanas, que envolvem a produção agropecuária, precisam ser sustentáveis. Para isso, é preciso fazer uso de práticas conservacionistas que preservem ou aumentem a oferta destes serviços ambientais.

“A agropecuária abrange as atividades agrícolas, pecuária e florestal. É responsável pelo fornecimento de muitos produtos para a sociedade, principalmente alimento, fibras e combustível, e é realizada para suprir, principalmente, as demandas e necessidades dos centros urbanos. Entretanto, pelo manejo adotado nos sistemas produtivos, é possível manter o fornecimento de outros serviços ambientais, como produção de água em quantidade e qualidade, promover o controle biológico e a polinização, entre outros”, explicou.

Este estudo contribui para melhorar a discussão da relação do homem com o meio ambiente, pois reconhece a contribuição da natureza e os seus serviços para o bem-estar humano. “E identifica as interdependências entre os atores envolvidos, suas atividades e seus impactos no meio ambiente. Algumas práticas que favorecem a conservação dos serviços ambientais são manejo adequado do solo e da água, manutenção da reserva legal e Áreas de Preservação Permanente. Estas práticas favorecem a ampliação do fornecimento dos serviços ambientais e contribuem para o manejo da paisagem em bacias hidrográficas”, relatou a pesquisadora.

Gestão integrada da água

Os serviços ecossistêmicos hídricos ou hidrológicos são definidos como os benefícios oferecidos pelos ecossistemas de água doce e terrestres. Estes serviços incluem o abastecimento de água doce, a regulação da qualidade da água, a mitigação das cheias, o controle da erosão e os serviços culturais relacionados à água. “São os benefícios que o ser humano obtém dos ecossistemas, terrestres e aquáticos”, pontuou a pesquisadora Rachel Bardy Prado, da Embrapa Solos.

“A gestão integrada da água é um processo que promove o desenvolvimento e a gestão coordenados da água, das terras e dos recursos relacionados, de forma a maximizar o bem-estar social e econômico, resultante de modo equitativo e sem comprometer a sustentabilidade dos ecossistemas vitais”, explicou Prado.

Cartilha Serviços Ambientais e a Agropecuária

Durante o evento, foi lançada a cartilha “Serviços Ambientais e a Agropecuária”. A publicação está disponível para download na Biblioteca da Embrapa. Clique aqui.

Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer como é feita a gestão ambiental na Embrapa Milho e Sorgo e receberam informações sobre a criação de unidade de conservação, Áreas de Proteção Ambiental, que são ferramentas de gestão de bacias hidrográficas. A programação contou, também, com a apresentação das atividades realizadas pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas e pelo projeto de agroecologia da Empresa.

Sandra Brito/Embrapa Milho e Sorgo