Profissionais de Engenharia Biomédica têm papel importante no enfrentamento da pandemia de Covid-19
Alunos e professores do Inatel desenvolvem ações de apoio aos profissionais de engenharia que atendem hospitais
Os profissionais da saúde estão no centro do enfrentamento da pandemia da Covid-19. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas são essenciais no atendimento de pacientes e também na orientação das informações corretas na prevenção e cuidados. Mas outros profissionais têm um papel importante nas unidades que recebem pacientes infectados. São os engenheiros biomédicos. Eles podem atuar no desenvolvimento, manutenção e montagem de equipamentos e programas para realização de diagnósticos e tratamentos realizados pelos profissionais da saúde, gerenciar a área de compras de equipamentos de uma clínica e hospital, além de desenvolver pesquisas científicas sobre materiais e instrumentos biomédicos.
No Brasil, esta profissão é relativamente nova (se comparada a outras áreas da engenharia, que também têm grande importância nesta época de pandemia, como os engenheiros de Telecomunicações). O Inatel foi a sexta instituição de Ensino Superior a oferecer o curso de Engenharia Biomédica no país, além de ter também um curso de pós-graduação em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Santa Rita do Sapucaí. Tanto ex-alunos, quanto estudantes do Inatel estão trabalhando nas tecnologias envolvidas no tratamento de pacientes com COVID-19.
Desde o final de março, o Inatel criou um grupo que está com cerca de 50 voluntários no desenvolvimento de ações unindo tecnologia e saúde. São alunos dos cursos de Engenharia do Inatel, professores, colaboradores do Inatel, além do apoio de empresas do Vale da Eletrônica. O grupo atua em 16 ações divididas em três frentes: pesquisa e levantamento de informações para orientação de profissionais; desenvolvimento de soluções tecnológicas e regulamentação. De acordo com o professor e pesquisador do Inatel, Filipe Bueno, que coordena o grupo, a intenção é colocar o conhecimento e a tecnologia a serviço da saúde de forma rápida. “Os alunos que estão participando das ações têm a oportunidade de vivenciar a engenharia pura, na prática. Encontrar soluções em benefício da sociedade em curto espaço de tempo”.
Os estudantes e professores fizeram um levantamento de hospitais de sete municípios da região do Sul de Minas. Essas unidades recebem as informações e levantamentos de dados realizados pelo grupo, que mantem contanto com universidades e pesquisadores do Brasil e de outros países que também enfrentam a pandemia.
Uma das primeiras ações já prontas foi o desenvolvimento de um guia de utilização e manutenção dos ventiladores pulmonares. Além disso, o simulador utilizado para estudo na faculdade está disponível para empréstimo para os profissionais de tecnologia que atuam nos hospitais. Dois engenheiros, também ex-alunos do Inatel, já se beneficiaram desta ação no trabalho nos hospitais de Paraisópolis e Santa Rita do Sapucaí. “Contei com o apoio do Inatel para testes e ajustes de ventiladores pulmonares e monitores multiparamédicos. O conhecimento do Inatel agregou a minha experiência e a troca de informações resultou em uma maior agilidade no trabalho”, afirma Marcelo Nicolas Nascimento, Engenheiro de Controle e Automação, pós-graduado em Engenharia Clínica e Engenharia Biomédica pelo Inatel.
O engenheiro biomédico formado pelo Inatel, Luiz Gustavo Aquino da Costa Reis, está prestando serviço para o hospital de Paraisópolis. “Faço a avaliação dos equipamentos que podem ser utilizados em pacientes com Covid-19 e dificuldade respiratória. Estou fazendo a manutenção preventiva e corretiva e utilizo o analisador de fluxo do Inatel para validar o trabalho. Creio que sem essa ajuda, o processo de validação demandaria mais tempo e teria um custo maior para o hospital”.
Os profissionais e hospitais interessados em receber as informações desenvolvidas pelo grupo podem enviar e-mail para o Instituto. Em breve, os materiais serão disponibilizados no site do Inatel.
Além desse trabalho de consultoria e apoio aos profissionais, os alunos e professores do Inatel também estão desenvolvendo soluções tecnológicas de baixo custo para hospitais, como uma luz ultravioleta para esterilização e um ventilador pulmonar.