Passando por Pouso Alegre, “Caminho do Café” entre Minas Gerais e São Paulo até o Porto de Santos é declarado monumento nacional

Foi publicada na última sexta-feira, 3, a lei 14.718/2023 que declara a “Rota do Café”, percurso realizado pelos estados de Minas Gerais e São Paulo até o Porto de Santos, um monumento nacional. Essa rota, que teve um papel fundamental no desenvolvimento da produção de café nos séculos 19 e 20, agora é o 14º lugar no Brasil a receber esse título.

De acordo com a nova lei, a Rota do Café consiste nas estradas federais e estaduais que conectam 50 municípios mineiros, passando pela capital paulista, utilizando a BR-381 até o Porto de Santos, e depois a SP-150. É nessa rota que historicamente o café era transportado e comercializado.

Embora tenha sido introduzido no Brasil pelo norte do país, através da Guiana Francesa, as condições do sudeste permitiram que o café prosperasse e se tornasse o maior produtor mundial. O Brasil exportou mais de 39 milhões de sacas de 60 quilos de café em 2022, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Além disso, o consumo interno é alto, colocando o Brasil como o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Com a inclusão da Rota do Café como monumento nacional, uma parte importante da história desse produto agora faz parte do patrimônio cultural brasileiro. Essa medida coloca a Rota do Café ao lado de outros 13 lugares, como Porto Seguro, Ouro Preto e o Monumento Nacional ao Imigrante.

A rota atravessa diversos municípios mineiros, como Patos de Minas, Lagoa Formosa, Carmo do Paranaíba, São Gotardo, Araxá, Campos Altos, Tapiraí, Bambuí, Iguatama, Arcos, Formiga, Alpinópolis, Carmo do Rio Claro, Ilicínea, Boa Esperança, Cristais, Aguanil, Campo Belo, São Francisco de Paula, Oliveira, Santana da Vargem, Três Pontas e Varginha, onde fica localizado o Porto Seco Sul de Minas. Também são contemplados os municípios de Elói Mendes, Paraguaçu, Alfenas, Areado, Monte Belo, Muzambinho, Guaxupé, Guaranésia, São Sebastião do Paraíso, Cabo Verde, Botelhos, Bandeira do Sul, Campestre, Machado, Três Corações, Campanha, Cambuquira, Conceição do Rio Verde, São Lourenço, Carmo de Minas, Cristina, Pedralva, São José do Alegre, Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre.

Ao chegar em São Paulo, a legislação destaca o trecho percorrido pela BR-381 até a capital paulista, e depois até o Porto de Santos, pela SP-150.

A inclusão da Rota do Café como monumento nacional é uma forma de preservar e valorizar a história e a cultura desse produto que desempenhou um papel tão importante no desenvolvimento do Brasil. Essa rota se torna um ponto de referência para os amantes de café e uma oportunidade para os turistas conhecerem mais sobre a história e as tradições relacionadas a essa bebida tão apreciada em todo o mundo.

 Foto: Wenderson Araujo/CNA