Parque Tecnológico de Santa Rita do Sapucaí dá passo capital para atrair investimentos

Vale da Eletrônica, como é conhecido, comunicou a constituição de pessoa jurídica
Hoje, município conta com 163 indústrias de base tecnológica

O Parque Tecnológico de Santa Rita do Sapucaí, localizado no Sul de Minas Gerais, deu um novo passo para se consolidar como um polo de pesquisa e desenvolvimento industrial do Estado. Após pouco mais de um ano do reconhecimento e da certificação concedidos pelo governo estadual, no título de Parque Tecnológico Aberto, o Vale da Eletrônica, como é conhecido, comunicou a constituição de pessoa jurídica.

A criação da Associação do Parque Tecnológico de Santa Rita do Sapucaí significa, segundo o idealizador do projeto e primeiro presidente da entidade, Roberto de Souza Pinto, o início de uma jornada rumo à internacionalização e atração de investimentos e empresas para o município.

“Nós vamos buscar, agora, muitas outras oportunidades para o Parque. Um exemplo disso são os recursos via Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Além disso, a pessoa jurídica permite que a gente faça acordos de cooperação com os demais parques tecnológicos de Minas, do Brasil e do mundo”, explica Roberto, que também é presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel).

Além disso, o presidente do Parque acredita que o Vale da Eletrônica terá a visibilidade necessária para que empresas-âncoras de tecnologia e de grande porte se instalem na região. Esse é, para ele, um movimento fundamental para garantir a empregabilidade dos formandos em cursos de graduação e pós-graduação do município.

O polo tecnológico e industrial

Hoje, Santa Rita do Sapucaí conta com 163 indústrias de base tecnológica, que, juntas, inserem 15 mil produtos no mercado e geram 16 mil postos de trabalho. O modelo de trabalho, conforme ressalta Roberto, é cooperativo: as empresas trabalham em um arranjo produtivo local, no qual os processos se complementam até a entrega do produto final.

A estimativa, segundo o presidente do Parque Tecnológico de Santa Rita do Sapucaí, é que o polo industrial e tecnológico injete, anualmente, R$ 3,2 bilhões na economia do Estado, reflexo de uma história que começou em 1986, com a instalação das primeiras indústrias e das escolas técnicas de formação na área.

Futuro promissor 

Com a constituição da pessoa jurídica, o Vale se prepara agora para tirar do papel o projeto da sede do Parque Tecnológico Aberto. A tomada de decisões é prevista no estatuto da Associação, que é composto pelos Conselhos Deliberativo – formado pelos fundadores e proprietários -, Consultivo e Estratégico, sendo que este terá a participação da sociedade civil e das instituições de conhecimento.

A busca é para que, num prazo de 10 a 20 anos, o município se transforme em uma vitrine para o mundo. “Eu penso em fazer alianças com países como Itália, Alemanha, Israel, China, Japão e Coreia do Sul para criarmos um ambiente de pesquisa e produção relacionado ao mercado de fármacos, medicina e produtos ortopédicos. A ideia é vincular as nossas atividades com Taiwan e toda a Europa, para acelerar as pesquisas e desenvolver novos produtos. O que se desenvolve na Ásia, quando chega aqui, já está fora de circulação lá. Nós queremos fazer juntos, virtualmente. Queremos dar um ‘up’ no Vale da Eletrônica”, aspira Roberto.

Com informações de Emelyn Vasques/Diário do Comércio