MPF em Pouso Alegre ganha reforço de um dos ex-coordenadores da Lava Jato. Júlio Carlos Motta Noronha falou com exclusividade para a TV Uai

Pouso Alegre e outras 76 cidades da região começaram o ano com uma novidade de fazer os criminosos tremerem. Transferido para a Procuradoria da República em Pouso Alegre, o ex-integrante da Lava Jato, procurador da república Júlio Carlos Motta Noronha – que chegou a coordenar alguns trabalhos importantes na operação Lava Jato – veio para auxiliar a demanda de crimes federais que são apontados na região.

Integrante do núcleo duro da Lava Jato desde 2015, Noronha participou ativamente da força tarefa que descortinou a corrupção do país e mudou a percepção da sociedade sobre os crimes de colarinho branco. Júlio Noronha foi um dos procuradores da Lava Jato que ganhou o Prêmio Innovare na categoria Ministério Público em 2016. A premiação reconhece práticas eficientes que contribuem para a solução de problemas da Justiça no país.

Com o final da Lava Jato no Paraná, seus integrantes foram distribuídos Brasil afora, com o objetivo de dar continuidade aos trabalhos, desta vez, nas regiões onde irão atuar.

O procurador da república Júlio Noronha, discreto e de poucas palavras, falou com exclusividade para a TV Uai, de forma rápida e concisa: “com a perspectiva de contribuir para a defesa do interesse público, iniciei no fim de janeiro o trabalho na Procuradoria da República no Município de Pouso Alegre. Sou mineiro e sempre desejei voltar ao Estado. Como já conhecia Pouso Alegre, cidade polo em uma região próspera, amistosa e desenvolvida de Minas Gerais, foi uma grande oportunidade o concurso de remoção do Ministério Público Federal abrir a possibilidade de exercer o ofício na cidade”, revelou.

Ele destaca ainda os números impressionantes e sua participação na força tarefa que abalou o país e pretende colaborar, com sua experiência, em Pouso Alegre e região. Júlio Noronha ressalta que “com mais de 5 anos de atuação na Operação Lava Jato no Paraná, acredito que a experiência acumulada em investigações complexas será importante para o aprofundamento do combate ao crime na região. A força-tarefa paranaense foi responsável por mais de 70 fases, 1.450 mandados de busca e apreensão, 211 conduções coercitivas, 132 mandados de prisão preventiva e 163 de temporária. Foram também propostas 38 ações civis públicas, incluindo ações de improbidade administrativa contra três partidos políticos. A isso somam-se 735 pedidos de cooperação internacional. Dessa forma, esses instrumentos de descoberta e obtenção de provas desenvolvidos pelo Ministério Público Federal e aplicados rotineiramente durante a Lava Jato podem também se mostrar úteis nas apurações dos crimes federais no Sul de Minas.”

Sobre a Procuradoria em Pouso Alegre, ele evidencia o trabalho que está sendo desenvolvido na região. “É uma grande satisfação já encontrar na unidade local do MPF servidores e colega tão capacitados e dedicados, aos quais tenho a alegria de me juntar visando ao atendimento da sociedade da melhor forma possível”, finalizou.