Hospital Samuel Libânio é listado pela SES para atender casos suspeitos do novo coronavírus

O Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL) foi indicado nesta semana pela Secretaria de Estado da Saúde (SES/MG) como referência e estratégia no Sul de Minas para atender casos suspeitos do novo coronavírus. A SES criou planos de contingência para lidar com eventuais pacientes com suspeita da enfermidade respiratória, cujo o surgimento ocorreu na cidade de Wuhan, na China, onde a maioria dos casos está concentrada.

O diretor técnico do Hospital Samuel Libânio, Alexandre Ciapina Hueb, tranquiliza a população de Pouso Alegre e do Sul de Minas com relação ao novo coronavírus e afirma que a instituição está preparada para atender casos suspeitos. “O HCSL está elencado para ser um local de acolhimento, contenção, isolamento dos pacientes, contenção e, eventualmente, um tratamento para possível contaminação pelo vírus coronavírus. Nós nos lançamos como hospital candidato par ajudar nesse tratamento pois temos as condições ideais para que o paciente seja atendido e isolado no sentido de conter uma possível contaminação em solo brasileiro da infecção pelo coronavírus”, explica.

Ele ressalta que até o momento não existe nenhum um caso confirmado do coronavírus no país. “A contaminação se dá, principalmente, pelo contato interpessoal, ou seja, de pessoas para pessoas, e o governo federal tem tomado as medidas para evitar que pessoas que estiveram próximos ao epicentro da doença em Wuran, na China, tenham contato com brasileiros. Gostaria então de tranquilizar a população pois não temos casos confirmados do coronavírus no país, mas é importante que as pessoas fiquem atentas para os sintomas do coronavírus no caso a febre, a tosse, a dor toráxica e a dificuldade respiratória. O Hospital das Clínicas Samuel Libânio está preparado para identificação e acolhimento de possíveis pacientes contaminados com o coronavírus”, esclarece o diretor técnico, Alexandre Hueb.

A estratégia de atendimento do Hospital Samuel Libânio é alinhada de acordo com o protocolo adotado pelo governo estadual. O documento da SES/MG tem 14 páginas e traz informações sobre como os profissionais de saúde e os pacientes devem se comportar em caso de suspeita da doença. A principal orientação para quem esteve na China em até 14 dias antes do aparecimento dos sintomas – febre seguida por dificuldades respiratórias, como tosse, limitação para respirar, batimento das asas nasais etc. – é que se dirija a uma unidade médica já com máscara ou lenço. É importante também que o paciente se identifique desde a entrada no equipamento de saúde pública para que se evite a proliferação do vírus.

Em Minas Gerais

Em âmbito estadual, a Secretaria de Saúde indica que a equipe médica forneça máscara cirúrgica para o paciente e o conduza para uma sala isolada de imediato. Para os profissionais de saúde que vão prestar atendimento, a pasta alerta para a necessidade de utilizar proteção para aerossóis e precauções de contato, isto é, o uso de máscara respiratória, proteção ocular, luvas, gorro e jaleco descartável. Todo equipamento de proteção individual deverá ser descartado após a utilização, com exceção da proteção ocular. Nos casos suspeitos, o médico responsável deve notificar o quadro clínico ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância a Saúde de Minas Gerais.

Em todos os casos, o paciente do Sul de Minas deve ser dirigido ao Hospital Samuel Libânio para tratamento de doenças como o novo coronavírus. Ontem, uma reunião entre as autoridades de saúde definiu, entre outras coisas, quais as unidades de referência em Minas. Na capital mineira, onde essa definição já havia sido tomada antes, são duas alternativas: os hospitais Eduardo de Menezes (Rua Dr. Cristiano Rezende, 2213 – Bonsucesso, Barreiro), para adultos; e João Paulo II (Alameda Ezequiel Dias, 345 – Centro), para crianças.

Outros quatro hospitais do interior, são consideradas como referência para enfrentar o novo coronavírus. No Sul de Minas, a unidade preparada é o Hospital Samuel Libânio, em Pouso Alegre. No Triângulo Mineiro, o Hospital das Clínicas de Uberlândia, enquanto na Zona da Mata a unidade padronizada é o Hospital Regional João Penido, de Juiz de Fora. O Hospital Márcio Cunha, de Ipatinga, também está na lista da Saúde estadual. A pasta ressaltou, no entanto, que essa relação pode se alterar caso a situação epidemiológica se altere no mundo ou a demanda aumente em Minas.

A definição de caso suspeito para o novo coronavírus passa por três situações: pacientes que apresentaram os sintomas depois de passarem pela China; pessoas que tiveram contato próximo com alguém que tem suspeita da doença; profissionais de saúde que tiveram contato próximo com um caso confirmado da enfermidade respiratória em laboratório.

Vale ressaltar que a transmissibilidade da doença é, em média, de sete dias após o aparecimento dos sintomas. No entanto, dados preliminares do novo coronavírus sugerem que a transmissão pode ocorrer sem o aparecimento de sinais e sintomas.

Em Minas Gerais, dois casos suspeitos da doença já foram descartados, ambos em mulheres que estiveram na China. A primeira suspeição foi registrada em 21 de janeiro, quando uma mulher de 35 anos deu entrada na Unidade de Pronto-Atendimento Centro-Sul, no Santa Efigênia, com os sintomas da enfermidade. Ela esteve em um evento em Xangai e chegou a ser conduzida ao Hospital Eduardo de Menezes. Porém, o caso foi removido da lista de investigados.

O outro caso suspeito descartado envolveu uma jovem de 22 anos. Ela também esteve na China, na região que é o epicentro da doença, e teve febre quando retornou ao Brasil. Ela continua internada no Hospital Eduardo de Menezes, mas não está com o coronavírus, conforme apontaram três testes de amostras colhidas da paciente.

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