Em vídeo, diretor geral da Alfândega da Tailândia detalha operação que deflagrou prisão de jovem pousoalegrense

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Pchahara Anantasil, Diretor-Geral do Departamento de Alfândega promoveu coletiva de imprensa sobre a apreensão de 15,5 kg de cocaína encontradas na bagagem de três brasileiros na estância aduaneira da Unidade de Supressão de Narcóticos no Aeroporto de Suvarnabhumi, província de Samut Prakan, em Bangkok. O caso está sendo considerado uma das intercepções de drogas mais proeminentes no aeroporto nos últimos anos, principalmente por causa da lenta atividade de viagens desde o início da pandemia.

Em vídeo enviado à TV Uai, Patchara Anutasilpa explica a rota seguida pelos brasileiros para entrar com as drogas na Tailândia. A primeira busca foi do casal Mary Hellen Coelho da Silva, 21 anos, moradora de Pouso Alegre, Minas Gerais e um jovem de 27 anos que não teve o nome e a cidade divulgados. O casal embarcou na rota CWB – GRU – DOH – BKK no vôo QR830 da Qatar Airlines: de Curitiba para São Paulo e de São Paulo para Doha no Qatar, em seguida´para Bangkok na Tailândia onde chegou às 7h do dia 14 de fevereiro.

Os funcionários da alfândega revistaram as malas do casal pois um raio-X mostrou itens suspeitos em compartimentos de suas três malas. Um exame mais detalhado encontrou nove quilos de cocaína em compartimentos ocultos embrulhados em plástico preto.

Mais tarde, por volta de 12h40 da mesma segunda-feira, Jordi Vilsinski Beffa, de 24 anos, morador de Apucarana no Paraná, que chegou no vôo QR836 da Qatar Airline, também foi preso depois que 6,5 quilos de cocaína, foram encontrados escondidos em suas duas malas, incluindo o envelope em plástico preto, que escondiam drogas da mesma forma que nas malas do casal. Sem muitos detalhes junto às autoridades tailandesas, o que se sabe por enquanto é que os jovens teriam sido escalados para participar de um esquema internacional de tráfico de drogas e chegaram separados ao país, na segunda-feira, 14, porém com o mesmo “modus operandi”.

A interceptação no total de 15,5 kg de cocaína- anunciada conjuntamente pelo diretor-geral do Departamento de Alfândega, Patchara Anutasilpa, pelo diretor do aeroporto de Suvarnahumi, Kittipong Kittikachorn e funcionários da repressão às drogas – atraiu a imprensa asiática que assistiu vídeos e mosaico de fotos, provas da apreensão.

Para Anutasilpa o ato perpretado pelos brasileiros é uma ofensa sob a Seção 242 em conjunto com a Seção 166 e a Seção 252 da Lei Alfandegária B.E. 2560 e a Lei de Narcóticos, B.E. 2522. O Departamento de Alfândega informou que coordenará com as agências relevantes para expandir ainda mais os resultados.

A informação jurídica na Tailândia diz que a cocaína é um narcótico de Classe 2 na Tailândia, juntamente com substâncias como a morfina e a cetamina. Em termos de punição, pesa menos do que substâncias da Classe 1 , como heroína, anfetaminas (ecstasy) e metanfetaminas.

As penalidades ainda são consideráveis ​​embora, em 2017, as leis relacionadas a drogas na Tailândia foram revisadas e a pena anterior sob o Artigo 65 (1) (Importação e Exportação) fosse uma sentença de prisão perpétua obrigatória, a nova lei dá aos tribunais uma margem de manobra estipulando de um mínimo de 10 anos de prisão a prisão perpétua (mais pena financeira) dependendo do caso. As penas mais graves estão sob o Artigo 65 (2) (Venda de drogas), onde a pena de morte ainda é possível, mas mudou da sentença de morte anteriormente obrigatória para prisão perpétua e multa de 1 milhão de baht – 5 milhões de baht – em reais, de 160 mil a 800 mil reais – ou pena de morte.

É sempre muito arbitrário supor o que a promotoria e os tribunais aplicarão dependendo de como o caso é construído e de quão cooperativos são os acusados. A importação não pode ser contestada quando apanhada no aeroporto. Ainda não houve uma venda, embora isso esteja indubitavelmente implícito pela natureza da ofensa. As penalidades para casos de drogas na Tailândia dependem de muitos fatores, incluindo representação legal, capacidade de pagar multas e admitir culpa. Acusados ​​que não conseguem obter assistência de suas embaixadas são mais atingidos. As punições mais severas são dadas para crimes de narcóticos Classe 1.

Normalmente, a pena de morte não é aplicada em casos de drogas quando os acusados ​​(especialmente estrangeiros) se declaram culpados e, em vez disso, recebem uma sentença de prisão perpétua ou, no mínimo, muito longa. Em alguns casos, os condenados são perdoados por decreto real muitos anos (ou décadas) depois ou podem – depois de cumprir metade da pena – aplicar para cumprir o restante em seu país de origem, se tal acordo existir entre a Tailândia e o país de origem dos condenados; o que não acontece com o Brasil.

Os brasileiros estão presos na prisão Central Bang Kwang, apelidada de “Bangkok Hilton”. As embaixadas ocidentais geralmente fornecem vitaminas e outros suplementos de saúde para os internos sob seus cuidados para tentar mantê-los em boa saúde.

Em dois áudios que circulam na internet Mary Hellen pede ajuda à família para ser julgada no Brasil porque na Tailândia, as penas por tráfico de drogas são extremamente severas.

Por e-mail, o Ministério das Relações Exteriores, informou à TV Uai que “o Itamaraty, por meio da Embaixada em Bangkok, acompanha a situação e presta toda a assistência cabível aos nacionais, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local”. Mas não o MRE não pode fornecer dados específicos sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros, uma vez que informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização dos envolvidos. Assim, o MRE não poderá fornecer dados específicos sobre o caso dos brasileiros presos na Tailândia.