Viagem para o amanhã: professor da Fundação Dom Cabral mapeia os riscos que moldarão o mundo até 2040

O professor de Estratégia, Gestão Pública e Negócios Internacionais da Fundação Dom Cabral (FDC), Paulo Vicente, realizou uma análise prospectiva mapeando possíveis ameaças e eventos críticos até 2040. Em seu artigo, ele adotou uma abordagem baseada em dados históricos e ciclos tecnológicos para aumentar a precisão de suas projeções.

Considerando o contexto atual de pandemia de Covid-19 e conflitos globais, Vicente reconhece a sensação de imprevisibilidade e insegurança na sociedade. No entanto, destaca que eventos como epidemias e guerras são cíclicos, impulsionando seu esforço para antecipar crises de grande impacto futuro.

Utilizando o arcabouço lógico Pestal (Políticos, Econômicos, Sociais, Tecnológicos, Ambientais e Legais), o professor elaborou um Mapa de Riscos Pestal 2023-2040, identificando dez riscos de alta probabilidade e impacto, como migração de refugiados, possíveis guerras, incluindo a invasão de Taiwan pela China, e pandemias.

Vicente destaca a importância de alertar organizações sobre riscos e oportunidades, contrapondo o otimismo natural humano e a visão linear. Ele ressalta que mudanças como a transição energética podem proporcionar oportunidades significativas, particularmente para o Brasil.

Ao analisar o cenário político, o professor enfatiza a possibilidade de guerra na Ásia, especialmente a China invadindo Taiwan, impactando globalmente a logística e as cadeias comerciais. Ele sugere que a América Latina, notadamente o México, pode se beneficiar da reordenação das cadeias globais, enquanto o Brasil pode acompanhar essa tendência em uma década.

No âmbito econômico, Vicente vê a migração de refugiados como uma oportunidade para ampliação da mão de obra. Ele também antecipa a alta dos preços das commodities, impulsionada por guerras e aumento populacional.

Ao abordar o cenário ambiental, destaca a transição energética como uma oportunidade para o Brasil, apesar de considerar o progresso lento devido a estruturas antigas das estatais. A falta de água e a continuidade de pandemias são desafios, mas também oportunidades para inovações e soluções sustentáveis.

O professor enfatiza a importância da tecnologia, especialmente a espacial, na solução de desafios ambientais e sociais. Ele observa a ineficiência crescente dos Estados, com governos tendendo ao populismo e aumento da dívida.

Em conclusão, Vicente destaca que ao se preparar para ameaças, empresas e indivíduos podem criar oportunidades de negócios. Ele enfatiza a necessidade de enfrentar os desafios de forma proativa, permitindo uma melhor adaptação às mudanças e a criação de possibilidades significativas.

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