HPSE é o primeiro hospital público brasileiro a utilizar técnica com vapor de água para casos de crescimento da próstata

Problema afeta mais de 50% dos homens com idade superior a 50 anos

Alguns problemas relacionados à saúde masculina, principalmente se estiverem ligados aos órgãos sexuais, costumam ser vistos com certo tabu pelos homens, o que pode complicar a busca por ajuda médica especializada e o conseqüente tratamento e devolução do bem-estar à vida do paciente. Entre os problemas de saúde considerados comuns está a hiperplasia benigna da próstata, que é o aumento da próstata de forma não-cancerosa e que acontece de forma natural com o avanço da idade. De acordo com o Ministério da Saúde, o problema afeta mais de 50% dos homens com idade superior a 50 anos.

Em alguns casos, a doença pode ser assintomática mas, em outros, a uretra acaba sendo comprimida e tendo seu calibre reduzido, prejudicando e até comprometendo a passagem de urina, provocando a sensação de não esvaziamento da bexiga, o chamado jato fraco e gotejamento após a micção, podendo evoluir para complicações na bexiga e nos rins caso não seja tratado.

A novidade para o tratamento dessa condição é o uso da tecnologia Rezum, procedimento cirúrgico de vaporização prostática feita com o uso de vapor d’água para a correção do problema. A técnica, que é minimamente invasiva, sem sangramentos e sem necessidade de internação, acabou de aterrissar no país e já está sendo oferecida pelo Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), primeiro hospital público do Brasil a oferecer o procedimento aos seus pacientes sem nenhum custo.

“A grande vantagem do Rezum é o tempo de cirurgia e de recuperação. Com ela, o paciente recebe alta e volta para casa poucas horas após o término, sendo que o procedimento, já na mesa cirúrgica, leva menos de dez minutos”, explica o Dr. Luis Rios, diretor do Serviço de Urologia do Hospital Público do Servidor Estadual e primeiro profissional médico brasileiro a obter a certificação para realização da terapia. O HSPE é referência em cirurgias urológicas reconstrutivas na rede pública e realizou mais de 100 procedimentos somente em 2022.

A cirurgia, que é indolor, é bem simples. O paciente é sedado e uma câmera de vídeo é introduzida pela uretra. Por lá, o médico injeta um vapor de água a mais de 100°C na próstata. O contato com a pele provoca um equilíbrio térmico, que acaba reduzindo o tamanho da glândula em até 50%.

Outra vantagem da vaporização prostática é que, diferente das cirurgias tradicionais para a hiperplasia benigna da próstata, ela não traz efeitos colaterais ligados à ejaculação, como o “orgasmo seco” (ejaculação retrógrada). Vale reforçar que as outras técnicas realizadas atualmente, como a ressecção prostática e a vaporização a laser, são comprovadamente eficientes e com boa taxa de satisfação.

“O Rezum é uma alternativa aos homens que não querem ou não se adaptaram aos medicamentos e que ainda não precisam de uma intervenção cirúrgica mais agressiva”, explica o Dr. Luis. A indicação cirúrgica e medicamentosa é feita por um médico especializado de acordo com o diagnóstico individual da hiperplasia de cada paciente.

A nova tecnologia está sendo um dos temas da II Jornada Internacional de Urologia funcional e Cirurgia Urológica Reconstrutiva e Protética, organizada pelo setor de Urologia do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) entre os dias 04 e 06 de agosto de 2023. O evento tem como objetivo atualizar urologistas e médicos interessados nas áreas de cirurgia reconstrutiva urinária e de assoalho pélvico e contará com convidados nacionais e internacionais que ministrarão aulas e realizarão cirurgias com transmissão interna ao vivo do Centro Cirúrgico para os participantes no Centro de Integralidade.

Sobre o Iamspe

O Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe) é o sistema de saúde do servidor público estadual. Com uma rede de assistência própria e credenciada presente em mais de 160 municípios, o Iamspe oferece atendimento a 1,3 milhão de pessoas, entre funcionários públicos estaduais e seus dependentes.

São mais de duas mil opções de atendimento no Estado, incluindo hospitais, clínicas de fisioterapia, médicos e laboratórios de análises clínicas e de imagem, além de postos de atendimentos próprios no interior, os Ceamas, e o Hospital do Servidor Público Estadual, na Capital. O Iamspe é um órgão do Governo do Estado de São Paulo, vinculado à Secretaria de Gestão e Governo Digital.