As mulheres são parte da solução, diz boina-azul brasileira nas Nações Unidas
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Márcia Braga participa ativamente da campanha sobre os 16 Dias de Ativismo contra a Violência a Mulheres
Capitã de Corveta, Márcia Braga, é atualmente conselheira militar no Departamento de Operações de Paz da organização na área de comunicação estratégica; em 2019, ela recebeu o Prêmio Defensora Militar da Igualdade de Gênero da ONU
Para erradicar a violência a mulheres em conflito é preciso mais que políticas acertadas, é necessário incluir as mulheres no processo de avaliação e decisão.
A declaração é da capitã de corveta da Marinha Brasileira, Márcia Andrade Braga. Boina-azul da ONU, ela recebeu em 2019 o Prêmio Defensora Militar da Igualdade de Gênero, quando servia à Missão de Paz das Nações Unidas na República Centro-Africana, Minusca.
Linha de frente
Márcia Braga, que atuou como assessora de proteção e gênero na missão africana, conhece a situação de mulheres, vítimas da violência em conflitos e guerras, de perto. Ela falou com a TV UAI sobre o que viu na África e sobre como a presença feminina faz a diferença na hora de buscar soluções.
“Mas eu acho que essa preocupação em incluir mulheres neste processo, não só na parte que, muitas vezes, é apresentada como vítimas, mas principalmente como parte da solução. Então incluindo neste processo de discussão, incluindo no caso das operações de paz, ali nas posições de linha de frente. Realmente interagindo, entendendo e prevenindo tais casos. Essa inclusão é também importante nos níveis de liderança: termos mulheres ali em posições de liderança, de entender a problemática sob diferentes perspectivas.”
Márcia Braga falou à TV UAI para marcar a campanha sobre os 16 Dias de Ativismo contra a Violência a Mulheres, que termina neste 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos.
Para ela, a presença feminina é vital ainda em patrulhas locais que atuam com as comunidades, uma vez que muitas mulheres que foram vítimas de estupro e outros crimes de violência sexual, não falam de sua experiência com homens.
Antes de se alistar na Marinha, ela trabalhou como professora e conta que seu sonho era servir numa missão de paz no terreno, e por isso não teve dúvidas ao ser perguntada pelo comandante no Brasil se gostaria de ser voluntária na África.
Secretário-geral entrega prêmio à militar brasileira Márcia Andrade Braga
Após retornar da República Centro-Africana, Márcia Braga aceitou um novo desafio: trabalhar como conselheira na sede da ONU. Em outubro, já no novo posto, a capitã de corveta visitou a maior missão de paz da no mundo, a Monusco, na República Democrática do Congo, para saber como a comunicação estratégica pode ajudar a reduzir casos de violência a mulheres.